sexta-feira, 6 de março de 2015

Por Trás De Grandes Mulheres Sempre Existem Grandes Homens (Parte 3)

4) José Luis Benício da Fonseca nasceu em Rio Pardo (RS), em 1936.

Ele foi um dos maiores responsáveis pelo sucesso da espiã Brigitte Montfort, sendo o criador das capas dos livrinhos da ZZ7:


A inspiração para a personagem foi encontrada numa modelo e socialite da época, Maria de Fátima Monteiro, que depois de casada, passou a ser chamada Maria de Fátima Priolli:


Ela apareceu na capa da extinta revista Manchete, em 1967, causando imenso furor. Estudava medicina e gostava de carros de corrida, sendo convidada para o Concurso de Miss Guanabara, que recusou. Foi descrita como "assustadoramente bela", pela revista.


E foi Maria de Fátima que inspirou Benício a criar "Baby", ou Brigitte Montfort:



Muitos livros da Série Vermelha tinham sido ilustrados por Hack, que nunca foi creditado. Benício foi o responsável por quase todos os livros da Série Azul:




Benício fez muitos outros trabalhos, com propagandas, capas de discos, capas de livros:









* Giselle, Brigitte Montfort e seus criadores: http://brigittemontfort.blogspot.com.br/

* Página do Beníciohttp://www.benicioilustrador.com.br/




Por Trás De Grandes Mulheres Sempre Existem Grandes Homens (Parte 2)

3) Lou Carrigan não foi o "pai" de Brigitte Montfort, mas era como se fosse...afinal de contas, foi ele que desenvolveu a esmagadora maioria de suas aventuras:


E foi ele que escolheu um amor para a espiã: Angelo Tomasini, o Número Um, com quem ela teve dois filhos: Bridget e Héctor...


Antonio Miguel de los Ángeles Custodios Vera Ramirez (Barcelona, 1934) adotou vários pseudônimos, como Angelo Antonioni, Angela Windsor, Milton Hamilton, Lou Constantine Carrigan ou Antonio Vera. Mas foi como Lou Carrigan que ficou mais "famoso", e suas histórias eram tão verossímeis, que havia quem jurasse que ele era um ex-espião da CIA, que vivia escrevendo livros baseados em seus "vastos conhecimentos de espionagem". Mas ele escrevia outros generos, também:


Ainda assim, ele ficou mais conhecido pelas aventuras da espiã Brigitte Montfort. Ele escrevia as aventuras e Gueiros modificava algumas coisas, deixando-as mais dramáticas e picantes.


A primeira série de aventuras ficou conhecida como ZZ7 Série Vermelha (SV). Ela apresentava histórias de outros personagens, e eram escritas por J. F. Krakberg (supõe-se que era Gueiros) e Lou Carrigan.


Depois, foi feita nova série, denominada ZZ7 Série Azul (SA). Ela só apresentou aventuras de Giselle e Brigitte, e algumas foram reapresentadas com novos nomes. O Crime Sagrado (acima), por exemplo, foi reapresentado com o título O Fogo Sagrado (abaixo):


Lou Carrigan começou a escrever as aventuras de Brigitte Montfort em 1965 e somente parou em 1992, 27 anos depois. A última aventura foi a de número 500, intitulada Uma Espiã Para A Eternidade:


No 2000, o novo proprietário da Editora Monterrey, Juan Alberto Fernandez Nunes, pediu a Lou Carrigan que voltasse a escrever sobre Giselle. Ele ressuscitou a mãe de Brigitte em novas histórias: Giselle, Mon Amour, Uma Tumba Em Versailles, Um Corpo Sem Coração e Operação Extermínio. Mas essas aventuras nunca foram publicadas, pois Juan morreu num acidente automobilístico. Lou disponibilizou tudo numa só aventura em espanhol, intitulada Giselle, La Espiã Resucitadahttp://www.lulu.com/shop/lou-carrigan/la-esp%C3%ADa-resucitada-giselle-montfort-lou-carrigan/ebook/product-17486796.html


No total, foram escritos 482 livros de 125 páginas cada, sobre a espiã Brigitte Montfort. Mas, levando-se que há 34 aventuras que ocuparam dois livros, então temos 448 títulos e/ou aventuras diferentes

* Continua...


Por Trás De Grandes Mulheres Sempre Existem Grandes Homens (Parte 1)

Há muitos anos, duas mulheres, duas personagens, fizeram maior sucesso no Brasil: a francesa Giselle Montfort e sua filha, Brigitte Montfort. Vamos conhecê-las?


1) Tudo começou com David Nasser (1917/1980): 


Era o ano de 1952. O jornal Diário da Noite estava tendo poucas vendas e Nasser resolveu publicar as histórias de Giselle Montfort, a fim de alavancar as vendas:


Como não conhecia a França, Nasser pediu ajuda a um seu colega, o fotógrafo francês Jean Manzon (1915/1990). Manzon é que explicava como seriam os ambientes por onde Giselle circularia, o que ela veria, etc. Dessa forma, as aventuras da "espiã nua que abalou Paris" começaram a ser escritas...

Jean Manzon

2) Em 1956, os espanhóis Luis de Benito e Juan Fernandes Salmeron criaram a Editora Monterrey. Sete anos depois, em 1963, um dos executivos da Editora, o pernambucano José Alberto Gueiros resolveu editar as histórias de Giselle, só que em formato de bolso. Assim, pagou pouco pelas histórias, reescreveu tudo, a fim de dar-lhe sentido, e estruturando os personagens. Foi dessa forma que, em março de 1964, saiu o primeiro dos quatro livros de bolso que contavam a história da espiã:


O sucesso foi estrondoso, e cada livrinho vendeu cerca de 500 mil exemplares, o que era gigantesco, para a época...


Domenico Leta, da Fernando Chinaglia Distribuidora, chegou a comentar: "essa puta é uma vaca leiteira. Está dando muito leite. Não podemos parar".


Mas Nasser estava trabalhando em O Cruzeiro, e não tinha o menor interesse de dar continuidade às histórias...


A ideia foi criar uma "filha" para Giselle, e Gueiros acabou sendo o "pai" da nova personagem:


Gueiros escreveu as cinco primeiras histórias de Brigitte Montfort, mas percebeu que aquela
empreitada seria difícil, pois lhe exigia 100% de dedicação...


Assim, numa viagem a Barcelona, ele foi apresentado a Antonio Vera Ramirez, que usava o pseudônimo Lou Carrigan...




segunda-feira, 26 de maio de 2014

A Era das Revoluções - O Mundo Na Década de 1780 (continuação)

O mundo em 1789 era essencialmente rural e é impossível entendê-lo sem assimilar este fato fundamental.

Se na primeira parte de seu texto o autor afirmou que o mundo de 1780 era maior e menor que o mundo atual, nesta segunda parte ele ressalta o fato de sê-lo rural. Para tanto, cita alguns dados e lembra que até mesmo na Inglaterra, a população urbana só veio a ultrapassar a população rural pela primeira vez em 1851 (pg 28).

Em 1789, apenas duas cidades poderiam ser chamadas de "grandes": Londres, com cerca de 1 milhão de habitantes e Paris, com meio milhão. Depois delas, haviam cerca de 20 cidades com população de 100 mil ou pouco mais: duas na França, duas na Alemanha, talvez quatro na Espanha, talvez cinco na Itália, duas na Rússia e apenas uma em Portugal, na Polônia, na Holanda, na Áustria, na Irlanda, na Escócia e na Turquia européia.

Jacques François Joseph Swebach-Desfontaines (1769/1823) - Louis XVI Entrando em Paris, em 1789

Hobsbawm ressalta, porém, que havia uma divisão clara entre a zona urbana e a zona rural, seja nas funções, nos impostos, na vestimenta, ou até no próprio físico (os moradores das pequenas vilas eram mais altos, tinham raciocínio mais rápido e eram mais letrados). Mas, mesmo a prosperidade dessas cidades provincianas, vinha da zona rural.

Thomas Rowlandson (1756/1827) - Cena de Vila (1790)

O Inspetor Geral (1836), de Nikolai Gogol (1809/1852) provavelmente tinha, como pano de fundo, uma dessas pequenas cidades provincianas, cuja população podia variar entre 5 a 20 mil habitantes.



A Era das Revoluções - O Mundo Na Década de 1780

Parte 1 - Evolução

O Mundo na Década de 1780

"A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o nosso"

Por que E.H. começou seu livro com essa afirmação? Vejamos: primeiramente, ele afirma que o mundo de 1780 era "menor" que o nosso, porque ele era geograficamente desconhecido. Naquela época não se conhecia o fundo dos mares, o contorno de muitas áreas continentais e ilhas, o alto da maioria das montanhas e o curso da maioria dos rios. Além disso, a população daquela época era 1/3 menor que a atual, e não se "espalhava" por todos os lugares como hoje, mesmo porque o mundo de 1780 era mais frio e úmido que o atual, o que não encorajava esses avanços.

Mapa de Bowles - 1780

Além disso, os homens e mulheres de 1780 eram mais baixos do que somos hoje (tinham cerca de 1,50 m de altura). E haviam as doenças endêmicas, como a malária, que impediam que a população ocupasse todos os lugares (haviam pântanos e charnecas onde ninguém se atrevia a ir). Com isso, as pessoas ainda ocupavam muito pouco de tudo que poderiam, no mundo. mas, como a população mal crescia, isso não era um problema...

Os "baixinhos" do Século XVIII

Por outro lado, o mundo de 1780 era muito maior que o de hoje, se levarmos em consideração o tempo que se levava para ir de um lugar a outro, sejam pessoas, mercadorias ou até mesmo mensagens e notícias. Primeiramente, lembremos que a maior parte do transporte era por mar e rios. As estradas eram poucas, em relação às de hoje, e precárias. Além disso, haviam bandoleiros pelas estradas, o que inviabilizava muito o transporte terrestre. Assim, a maior parte era feita pela água. 

O difícil transporte do Século XVIII

Mas, mesmo por água, tudo era muito lento, em comparação com os dias de hoje. Uma carta, por exemplo, levava tempo para chegar ao seus destino. De Londres para os Estados Unidos, por exemplo, era uma vez por mês. Não é a toa que os estadunidenses quisessem libertar-se. Mas lembremos que, naquela época, a maioria das pessoas era analfabeta. Então, é surpreendente os 20 milhões de cartas que circularam pela França, no início das Guerras Napoleônicas...

Jean-Honore Fragonard - The Love Letter (1770/1780)

Por incrível que pareça, foi mais fácil transportar 44 mil pessoas, da Irlanda do Norte aos Estados Unidos, entre 1769 e 1774, do que 5 mil pessoas da Irlanda do Norte para a Escócia, em três gerações. A Queda da Bastilha só foi noticiada em Madri, Espanha, 13 dias depois. E as pessoas não tinham hábito de viajar: nascia-se e morria-se no mesmo local. O hábito de viajar e conhecer lugares só começaria no Século XIX. Nesse período, as pessoas ainda viviam em seus vilarejos, onde todo mundo se conhecia, nada era segredo e, muitas vezes, as notícias demoravam a chegar.

Cidade de Cheshire, Séc. XVIII

Esse era um dos aspectos do mundo em 1780: menor e maior que o nosso, em vários aspectos. O número de pessoas que se deslocava, conhecia outros lugares, e ajudava a circular as notícias era mínimo. Na maioria dos casos, a vida corria monótona, sem novidades ou sobressaltos. Quando havia alguma novidade, levava dias para chegar aos lugares mais distantes, e pouco afetavam o dia a dia das pessoas, muito ocupadas em seus afazeres rotineiros...é como Tolkien deve ter imaginado seus hobbits: distantes de tudo, e vivendo suas vidas sossegados. E quem atrapalhasse isso, mesmo que fosse morador da vila, deveria ser mal visto pelos demais...

Ainda hoje há pequenas vilas na Europa...

As Eras de Hobsbawm - Parte 1

Se Eric Hobsbawm é o maior historiador da atualidade eu não sei. Mas sei que é o meu preferido. Soube explicar muito bem a História, e numa linguagem simples. Isso não é pouco. Nasceu em AlexandriaEgito, em 09 de junho de 1917 e faleceu em Londres, em 01 de outubro de 2012. Escreveu muitos livros, mas pretendo me ater a quatro, que são meus preferidos: A Era das RevoluçõesA Era do CapitalA Era dos Impérios e A Era dos Extremos.


O primeiro deles, A Era das Revoluções, foi escrito em 1962. Abrange um período que vai de 1789 a 1848, e trata de duas revoluções, a Revolução Francesa e a Revolução IndustrialHobsbawm as trata como dupla revolução, pela proximidade e pela época, praticamente a mesma. Vamos analisar os capítulos do livro:


Prefácio: ele já começa explicando a utilização da expressão "dupla revolução", e que o livro trata dela. Que não se aprofundou sobre lugares que não tivessem grande influência dessa temática, nessa época. Ele também explica que não procurou uma linguagem rebuscada, preferindo a simplicidade e a explicação sem complicações. E que tem consciência de que o livro não explica tudo e não contém tudo, mesmo porque essa seria uma tarefa impossível, para qualquer um que queira escrever sobre o período.

Imagem representando a "dupla revolução"

Introdução: logo no início, Hobsbawm lembra algumas palavras que só ganharam significado após a "dupla revolução":

indústria, industrial, fábrica, classe média, classe trabalhadora, capitalismo e socialismo, aristocracia, ferrovia, liberal, conservador, nacionalidade, cientista, engenheiro, proletariado, crise (econômica), utilitário, estatística, sociologia, jornalismo, ideologia, greve, pauperismo...

De forma simples, ele lembra que somente com essas palavras, já podemos ter uma pequena ideia da importância que a dupla revolução de 1789/1848 teve, para a História da Humanidade. Essa é a ideia de revolução, que mudou e ainda muda o mundo, até hoje. Mas lembra que é importante separar o evento específico, de seus desdobramentos.:

A grande revolução de 1789-1848 foi o triunfo não da "indústria" como tal, mas da indústria capitalista; não da liberdade e da igualdade em geral, mas da classe média ou da sociedade 'burguesa' liberal; não da "economia moderna" ou do Estado moderno", mas das economias e Estados em uma determinada região geográfica do mundo (parte da Europa e alguns trechos da América do Norte), cujo centro eram os Estados rivais e vizinhos da Grã-Bretanha e França. (p. 16)

A dupla revolução teve consequências específicas, e não gerais...

Ele ainda denomina a dupla revolução como levante gêmeo e cratera gêmea, numa alusão a um vulcão. E termina esse parágrafo com a expressão triunfo do capitalismo liberal burguês. É interessante que conheçamos as diversas formas com as quais ele se expressa, até para compreendermos melhor a magnitude do processo revolucionário.

Na sequência, Hobsbawm retrocede ao período anterior à dupla revolução, e cita, entre outros momentos, a Revolução Gloriosa (1688) e o processo de independência dos Estados Unidos da América (1766), o qual ele chama de Revolução Americana.
A morte de Carlos I (acima) e o Boston Tea Party (abaixo) foram marcantes nas revoluções Gloriosa e Americana

Fonte: http://rhistoriandoz.blogspot.com.br/2013/06/as-eras-de-hobsbawm-parte-1.html 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Clube do Inferno

Criado por Chris Laremont e John Byrne em 1980, o Clube do Inferno é uma sociedade de vilões do Universo Marvel. Ele foi inspirado numa sociedade secreta real, do Século XVIII, o Hellfire Club (http://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_do_Inferno).


Exteriormente, o Clube do Inferno é frequentado por elites de vários países. Mas, em seu interior, conta com inúmeros mutantes, que desejam dominar o mundo. Assim como no Inferno de Dante, o Clube do Inferno possui círculos internos. O primeiro Círculo Interno é também conhecido como Círculo dos Escolhidos, onde tem o Rei Branco, o Rei Negro, a Rainha Branca e a Rainha Negra, além de outras "peças de xadrez". Os mais famosos foram Ned Buckman e Donald Pierce (Reis Brancos), Emma Frost e Paris Seville (Rainhas Brancas), Sebastian Shaw (Rei Negro), Fênix e Selene (Rainhas Negras), Harry Leland (Bispo Negro) e Jason Wyngarde (Bispo Branco), Emanuel da Costa (Torre Branca), Friedrich Von Rohem (Torre Negra), entre outros.


O Círculo Interno tem sede em New York. Mas os outros círculos se espalham pelo mundo e são liderados por lords e ladyes imperiais.